A Casa de Warchavchik na Rua Bahia: um ícone da arquitetura moderna brasileira

Escrito por: Equipe INGÁ, em março de 2025.


A Casa de Warchavchik na Rua Bahia, também conhecida como Residência Luiz da Silva Prado, é um marco da Arquitetura Moderna no Brasil. Projetada por Gregori Warchavchik, um dos precursores desse movimento no país, a casa representa a ruptura com as estéticas tradicionais da época, marcando a introdução do Modernismo na arquitetura brasileira.

A Arquitetura Moderna surgiu na Europa como resposta às mudanças socioeconômicas trazidas pela Revolução Industrial. Arquitetos renomados como Le Corbusier e Mies Van Der Rohe se destacaram nesse período, caracterizando seus projetos pelo racionalismo, funcionalismo e pela substituição de ornamentos tradicionais por formas geométricas e janelas em fita.

Já no Brasil, a Arquitetura Moderna não tinha como objetivo resolver problemas sociais, mas sim desafiar as estéticas tradicionais vigentes. Gregori Warchavchik foi um dos principais nomes desse movimento no país, e a Casa de Warchavchik na Rua Bahia é um dos exemplos mais notáveis de sua obra.

Esta casa faz parte de um conjunto de três edificações que são consideradas os primeiros exemplares da arquitetura moderna no Brasil, junto com as casas das Ruas Santa Cruz e Itápolis. Foram projetadas entre 1927 e 1930 por Warchavchik, em um momento de crescimento e reconhecimento internacional da arquitetura moderna brasileira.

Foi projetada minuciosamente, desde sua volumetria até o mobiliário e detalhes como o forro colorido na sala de jantar. Originalmente, a casa era composta por dois blocos desalinhados de diferentes alturas, com elementos modernistas como janelas em fita e terraços. O projeto paisagístico de Mina Klabin aproveita a topografia do terreno para criar jardins em patamares com desenhos de pisos em pedra, mosaicos e vegetação exuberante.

Na década de 1950, a casa passou por reformas que alteraram suas configurações originais, como o fechamento de terraços e a substituição de elementos arquitetônicos. Em 1986, a casa foi tombada em nível federal, reconhecendo sua importância arquitetônica, artística e histórica, mesmo levando em consideração as alterações feitas nas reformas. Ao longo dos anos, passou por várias transformações e foi usada para fins comerciais.

Atualmente, a edificação é tombada nas três esferas patrimoniais: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp); preservando assim sua importância histórica e cultural, símbolo da Arquitetura Moderna Brasileira, representando a inovação e a quebra de paradigmas estéticos.



Até a próxima leitura!